quarta-feira, 28 de abril de 2010

Da negação ao ócio - Reflexões sobre corrupção.


Desde os tempos primórdios, e é possível notar isso ainda em tribos indígenas que existem dois tipos de trabalhos.


A saber, aquele que trata das coisas terrenas, mundanas... E aquele que trata das coisas do espírito, da ligação ao divino.


Estranho nos dias de hoje, que apenas o prático, o homem que trata das coisas mais óbvias é valorizado.


Duvida?


Ah, então qual a última vez que se lembre que um homem espiritual foi homenageado com grandes salvas...???


Mas todos os dias os épicos se repetem na mídia e tratam apenas de Roberto Justos, Henry Ford, e companhia...


Não é a toa que os livros de auto-ajuda, vendem... Igual bananas...


Ora, se o espírito está sem rumo, sem direção, em uma sociedade marcada por falta de fé como a neo-ocidental, onde Deus está morto para uns e virou terapia fanática para outros.... Bem, isso é porque não temos liderança espiritual.


Nessa ordem qualquer charlatão se dá bem... Ou os verdadeiros líderes são exilados e marginalizados.


A ordem capitalista extrema é simples... Quer comprar...? Tem que ralar! Tem que trabalhar!


Os verdadeiros pensadores, são mortos (como o Osho) ou marginalizados (Leonardo Boff).


Padres são cunhados (até justamente) de pedófilos... A sociedade clama por inversão de valores...


E o espírito fica rendido à filmes que tratam da alma de uma forma utópica e bem comercial...


Desligamos dos céus... Fato... E o ócio que antigamente era dedicado aos líderes espirituais como os próprios filósofos gregos é condenado indevidamente.


Ontem, durante uma apresentação minha ouvi um comentário interessante.


Um músico se viu indagado por outra pessoa ao dizer que trabalhava com música:


"Você é músico, mas você trabalha?"


Perfeito! Essa pergunta descreve exatamente o que quero dizer...


A arte, um dos fundamentos do pensamento espiritual virou vagabundagem...


Virou marginal, aquele que se dedica a pintura, à música, ao cinema, e tantas outras artes... A não ser que fale (principalmente no Brasil) de coisas banais e vulgares... Aí sim, meu amigo! Vende mesmo!


Neguem o ócio mesmo! E vivam seus negócios, tratando tudo e todos como mercadoria... Corrompam seus valores mais altos...


Talvez uma bomba atômica nos salve desse rumo imbecil, bruto e idiota!


E boa noite... A todos os negociantes.

2 comentários:

saulo disse...

É... realmente a visão hoje é fixada no capitalismo - de preferência o selvagem - em detrimento das demais atividades tão compensatórias quanto as materiais. DINHEIRO É CONSEQUÊNCIA DE TRABALHO, minha avó já dizia. Hoje em dia se trabalha para o consumismo supérfluo para demonstrações vagas de aquisição que nesse caso específico é igual a PODER. Ainda acredito que as coisas mudarão, o dia em que será valorizado o esforço e não o status, porque aquele é que dignifica o homem. Como prova pelo menos de um início siginificativo da inversão deste paradigma contemporâneo, após vários anos um homem espiritual ganhou (ganha) até hoje notoriedade por seu empenho dignificador da alma: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

Gustavo Balduino disse...

saulo!!! mandou bem... ele foi bem homenageado!