terça-feira, 27 de abril de 2021

Alma de Viajante

 



O que eu faço com esse desejo incontinente

Descontente

Que quer velejar sem atracar em porto?


Deseja o mar mais que ouro

Busca o perfeito longe

Parte, nunca volta

Por onde?…


Será que pela atmosfera ele se encontra?

Ou pela paz do barulho das folhas?


Sigo sonhando e perseguindo

Sem desistir


Só quero ir

Onde?

Não interessa


O navegar já me atende

É no infinito que se esconde

O desejo de seguir adiante


Sem pressa

Sem decisão

Apenas um amante

Do eterno horizonte

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Será que Sei?



Hoje me peguei pensando

E se minhas razões forem tolas?

E se os que condeno estão certos?


Afinal a busca do prazer é errada

Ou é correto?


Estamos aqui para uma prova

Ou para desfrutar?


Certo o que fica feliz com pouco

Ou o que luta por muito?


Enfim...

Qual é a luta válida?


Sei que hoje Sócrates me soa tão são 

Como:

Não sei mas nada.


Talvez

Nesse luto de olhar o vazio

E ver tantos pensamentos mortos

Vêm o que realmente importa


O novo

E mais nada

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Vida, morte, morte, vida



Quero viver

Até que um dia 

A medicina não me ajude

Ou a idade seja tão avançada 

Que da vida eu desista


Desde que nascemos

Não desejamos a morte

Queremos a vida

Salvo casos

Em que as dores são tão fortes

Que só a morte alivia


Talvez nossa noção de morte

Seja errada

Certos o japoneses

Que dançam e festejam

E não cristãos chorando

Sobre o caixão do falecido


Mas certo que não há vida sem morte

Como não há uma ópera sem um ouvinte


A vida não é o começo 

Nem a morte o fim


O que não sabemos aqui se esconde

A bandeira na reta de chegada

A flecha acertando o alvo

A bola empurrando a rede

Não é o fim


É o início de um novo ciclo que se repete

Enquanto houver morte 

Haverá vida


Mas quando não houver

Outro significado desconhecido 

Determina