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Dia 19 de outubro de 2007. Mais uma data pra ser marcada no calendário pessoal de Ian. Hoje ele está a montar uma exposição diferente no MAM. Cuidadosamente posiciona objetos de sua criação. “Não sei como consegui chegar a esse ponto de vista.”, murmura para si mesmo. “Mas, com certeza é a ideologia mais próxima que tenho do abate de bois e vacas.” e ri. “Engraçado. Fico pensando na semelhança anatômica com o ser humano. Poderiam ser eles, bois e vacas, a retratar o nosso abate aqui!”.
Aquele fim de ano era diferente para Ian. Foi convidado a expor com construções. Já conheciam sua prática com objetos e composições. “Aquilo é demais!”, pensava o curador, assistindo cuidadosamente a colocação dos objetos e a finalização com outros instrumentos: tinta, cola e adereços diversos.
“Pronto!” - virou-se para o Curador, Ian.
“Está excelente!” - responde o responsável pela exposição no MAM.
Nesse momento chega Arnaldo, Arnaldo Rogierard. Artista Plástico, que usa elementos eletrônicos de última geração em suas composições. Festejado pela comunidade que entende sobre o que há de mais vanguardista. “Sujeito intrometido...” - Pensa logo Ian. Não suporta o ar pedante e falsamente imponente do colega.
“Ian. Sempre com sua visão extremamente política. Não gosta de carne vermelha?” - Ri o artista rival, de forma provocante.
“Já me vou, senhor. Terminei o que tinha pra fazer aqui!” - Fala Ian ao curador.
“Obrigado por participar. Sua obra é muito singela.”
“Bom... Eu ainda tenho que montar um último circuito elétrico. Mas enfim. Tempo tenho de sobra. Não é senhor?” Pergunta Arnaldo ao curador.
“O senhor que sabe. Contanto que às oito horas possa preparar a entrada dos convidados, Arnaldo.” Responde de forma ríspida.
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