Quem me conhece, sabe que sou favorável à justiça social. Mas também sabe que admiro o potencial humano e sua realização. Gostaria de propor uma reflexão importante à esquerda política nesse momento atual. Para que possam exercitar exatamente aquilo que cobram, reconhecimento.
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Temos por costume humano reclamar. Igualmente temos por costume a inveja.
É difícil aceitar isso, mas em algum ponto da vida, reclamamos mais do que produzimos, ou invejamos alguém que tem o que não temos.
Fica muito fácil tentar ficar observando somente o que temos de bom. Invariavelmente nosso lado ruim, podre, vai gritar.
Não dá pra não concordar que a era Lula trouxe prosperidade ao país. Como também não dá pra não concordar que isso teve um custo. Quem pagou?
Geralmente, pessoas que contribuem à uma prosperidade dessa e não são reconhecidas vão se revoltar. É o caso dos militares, policiais militares, e produtores rurais.
É muito fácil demonizar o outro. Difícil é reconhecer o erro próprio.
Enquanto a nação se alegrava de uma reconciliação entre favela e cidade rica, entre metrópole e campo, entre países prósperos e o Brasil, entre países pobres e o Brasil, algumas pessoas, grupos e organizações trabalharam duro para que isso acontecesse, e não foram reconhecidas. Outras trabalharam duro também, e foram reconhecidas.
E aqui está o problema. Porque muitos PM’s pelo Brasil declararam greve na era do PT, Lula-Dilma? Caminhoneiros? Porque a comissão da verdade falhou? Qual foi o custo pros militares da ditadura em 1964? Qual a causa da ditadura militar? Porque as pessoas que permaneceram no campo, correram risco de falência, produzindo com juros bancários, apoiaram o Bolsonaro? Porque os médicos fizeram isso, depois do programa Mais Médicos? Essas perguntas merecem respostas, mas não qualquer resposta.
Fica muito fácil demonizar, mas reconhecer a importância e a mágoa alheia, é bem mais difícil. E isso deve ser feito. Senão, o monstro vai nos devorar, de dentro pra fora. Ser feito o quanto antes, agora.
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