Lembro daquele cheiro que acaricia as narinas
Dispostas a umidificar a memória
Lembro de tocar o concreto adornado de musgos feito moldura
E gotas de chuva salpicarem minhas mãos
Lembro do concordar das folhas com as prosas na varanda
Lembro dos raios de sol buscando espaço entre suas flores e suas fiéis abelhas
Lembro do barulho de água jogada pelo balde ungido com restos de refeições
Dos disparos de fogos e foguetes calando mordidas em milhos verdes
Lembro dos sorrisos alegres
Fartos de companhia
Lembro das doçuras das orações que provavam sabedoria
Lembro da cidade velha nos rostos dos leiteiros ao meio dia
Das gincanas e jogos alegres que despertavam a vizinhança
Dos abraços suados pra comemorar essa alegria
Da saudade que eu sinto de toda essa poesia
Me emociona que o tempo só vive agora na minha memória que não se explica
Mas queria rogar
Volte infância querida
E ela me responde
“Seja grato, ainda vai sentir falta do dia que me escreve
Agora outros provam a minha cortesia”