A vaidade não é só um pecado moral, que pode violar relações
sociais.
A vaidade é um pecado contra a própria natureza boa e pura
humana.
Vamos comparar a vaidade com um potro selvagem.
O potro não quer ser domado, isso é certo. Mas entre os seus
ele tem limites de comportamento que preveem a existência de outros potros e
outros cavalos e éguas.
Esse limite de existência é o respeito entre os seres
existentes, considerados vivos ou não (Nem tudo que não se mexe, como uma pedra
está morto... Esse conceito é para mim ultrapassado).
Pois bem, a vaidade aqui é considerada não como o cuidado
consigo mesmo, o que é bom! Estar asseado, bem vestido, bem apresentável, da
forma como se entende ser bem apresentável (Ora, culturalmente esses conceitos
mudam).
A vaidade aqui é tomada como uma distorção do orgulho.
Orgulho é em demasia, ou de forma distorcida a vaidade.
Se por um lado, ter orgulho da própria existência a protege
e estabelece harmonia na relação com outros seres, por outro a distorção do
orgulho, que na verdade é uma carência ou insegurança amplificada gera a
vaidade.
Dentro da emoção vaidosa nos achamos senhores da razão.
Negamos o próximo. E negamos a própria existência.
Como? Ora, o ser humano é um ser social, independente dos
seres com quem se relaciona. Mesmo o Eremita tem que lidar com os ciclos
naturais e os seres que porventura irá encontrar em seu caminho.
Ao negar a existência dos limites naturais o homem nega ser
parte do conjunto, se isola em uma caixa emocional fechada e nega sua própria
existência.
Pois não será ao deixar de se relacionar com o meio externo.
É como um suicídio psicológico que pode porventura se
concretizar.
Dentro desse contexto não fará diferença existir ou não,
pois para o Vaidoso, o meio externo é tão simples ou desnecessário que não o
merece.
Elimine a vaidade. E será mais do que um. Será tudo e todos.
Paz.