domingo, 22 de julho de 2012

Ponta de Lança

Não sou o instrumento
Sou parte dele

Das mãos humanas sou o extremo
Pronto para atingir o inimigo

Seja ele a fome
A humilhação
Ou a falta de respeito

Do cabo recebo a força
Reta, ereta, mas que se curva
Se necessário

Sem nunca se romper

Sou tão antiga como a religião
A guerra
A disputa esportiva

Represento mais que a história

Por ser feminina
Sou a primeira a ficar exposta

Sou a única que na luz
Como ninguém
Brilha

Àquele que me usa
Um recado
Mereça minha força
Receba minha vida

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma Imensa e Vazia Nação

Brasil
Que nome profundo
Verde Amarelo e Azul, Aníl!

Nome de árvore sufocante
Estado de repúblicas sob federação

No mapa soa estranho
Brazil
Imensa nação

À mim soa vazio de civismo
Distante de cultura educação
Civilização?
O que é isso?...

Vizinhos se chamam de irmãos?
Aqui chamam... Mas, só chamam
Nada de convite, comunhão

Somos um povo carente
Um tanto imprudente
Como esse poema

Atingido pela ignorância
Pela solidão

Gostaria de falar dos pássaros
Das palmeiras

Mas tá tudo cada vez mais cinza
Mais sépia
Mais esburacado

Hoje prefiro assim
Um poema calado